Há vida depois do palco

Foram oito dias com muita música e concertos quanto baste.
Foram oito dias a aguentar as inacreditáveis barracas (megas discotecas) que não paravam de debitar graves batidas que teimavam em confundir-se com o som do palco.
Foram oito noites com grandes concertos, momentos míticos, que só vieram provar que alguns dos melhores projectos nacionais conseguem lutar contra todas as adversidades para se fazerem ouvir e proporcionar a todos os interessados (que são muitos) que ainda há saida para quem acredita na força da música nacional.
O palco produzido pela RUC na quaima das Fitas não teve as melhores condições e andou mesmo muito longe delas graças à má gestão de recursos e falhas na própria estrutura da queima das Fitas mas, mesmo assim, a RUC e os varios projectos envolvidos tudo fizeram para levar a bom porto uma tarefa que parece ser cada vez mais ingrata; apostar na qualidade.
Um agradecimento muito especial aos milhares que por lá estiveram a assistir aos concertos e, mais concretamente, aos intervenientes no palco (equipa de produção, wqtécnicos e, obviamente, músicos).
Talvez um dia volte a haver palco 2 ou palco RUC se outras consições forem reúnidas e asseguradas.
Porque, apesar de tudo, vale a pena.
obrigado.

Palco RUC na Queima das Fitas 2005 de Coimbra

Começa hoje, sexta, 6 de Maio, às 23h.


Este ano, novamente, a produção do Palco 2 é da responsabilidade da Rádio Universidade de Coimbra que, como habitualmente, aposta numa oferta alternativa onde se privilegiam as bandas de Coimbra e os novos valores nacionais divulgados em 107.9FM, mas inclui também teatro, publicidade e cinema. Até às 2 da manhã de cada noite, inúmeras propostas alternativas na Queima das Fitas 2005, com a cortesia da RUC:

SEXTA, DIA 6 DE MAIO
5ª Punkada + As Fans & Convidados (23h)
Constituido por jovens do Núcleo Regional do Centro da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, o grupo 5ª Punkada compõe temas originais e o seu estilo situa-se dentro da Pop, do Rock e do Funk. Originalmente fundada pelo musicoterapeuta Francisco Borges de Sousa, em 1993, a banda encontra-se actualmente sob direcção artística de Paulo Jacob. A banda tem feito inúmeras actuações por todo o país, e também em Inglaterra, Alemanha, Bélgica, França, Grécia, Espanha, Itália e Finlândia, promovendo a pessoa com deficiência enquanto agente cultural, interagindo com o público através de uma performance musical que explora novas abordagens tecnológicas na música. Os 5ª Punkada são: Adelaide Serafino (teclados, prog. rítmica), Fausto Sousa (voz), Márcio Reis (bateria, teclados, voz), Ricardo Sousa (Soundbeam), Paulo Jacob (guitarra, teclados, voz). Para este concerto contam com a participação especial da Tuna Feminina “As Fans” e de alguns convidados bem conhecidos do meio “Rock” de Coimbra.
d3ö (24h)
Os d3ö propõem-se fazer um rock sincero, espontâneo e sem preconceitos, onde a diversão é proporcional à prestação sonora em energia contagiante. Liderados pelo carismático ex-vocalista dos Tédio Boys, Toni Fortuna, os d3o já lançaram três ep’s e deixaram esse país de boca aberta e contagiado com o rock em estado puro e em estado de graça.
The Parkinsons (01h)
Saíram de Coimbra para vingarem em Londres. Os Parkinsons são um dos vários projectos saídos das cinzas dos Tédio Boys, liderados em tempos por Afonso “Al Zeimer”, contam agora com Victor Torpedo (“Vitinho”) a liderar as hostes no derradeiro concerto da sua carreira que conheceu a fama e a glória em palcos britânicos. Vitinho, Pedro Chau e, pela primeira vez e especiamente nesta noite, Kaló (colaga de Vitinho na era Tédio Boys) na bateria prometem acabar em grande com um concerto explosivo na sua terra natal. Do já clássico “Bad Girl” aos mais recentes de “A reason to resist”, Os Parkinsons põem um ponto final na sua existência com pompa e circunstância e prometem para breve novidades com a designação de “Blood Safari”.

SÁBADO, 7 DE MAIO
Publi Fordoc 2004 (23h)
Realizado pela Associação Nacional de Jovens Formadores e Docentes (fordoc), o Festival "publi... fordoc 2004" reúne os melhores anúncios, na categoria de televisão e cinema, premiados nos mais importantes eventos publicitários realizados em 2003 (entre as quais se destacam o Cannes Lions Festival e o Clio Festival). Com uma selecção do “melhor dos melhores”, o “publi… fordoc 2004” tornou-se o maior Festival Internacional do nosso país e cumpre o objectivo de reunir, numa hora, a excelência publicitária do último ano.
Supra Heat Surrenders (24h)
Formados em 2003, Ramon e Saldanha (ambos ex-The Garfields) e Poli (ex-Good Looking Guys) entram em estúdio para a gravação de dois temas originais, Trade it 4 rock´n´roll e What you don´t wanna be?, temas estes que fazem parte do cd promocional "GO supra GO!" (edição de autor). Oriundos dos algarves, praticam simplesmente rock´n´roll. Vagueiam pelo rockabilly, revisitam o garage e assumem a atitude Punk rock. Rendem-se ao calor supremo de um imaginário repleto de "vícios", como que se numa corda bamba deambulassem entre o céu e o inferno.
Bunnyranch (01h)
Os Bunnyranch são pólvora, e a sua música incendeia e explode, necessitando de coisa pouca para que isso aconteça, basta que o público seja rastilho. Os Bunnrynach pouco ligam a adversidades, e a sua missão é ressuscitar mesmos os mortos e dão a garantia de festa em crescendo, com Kaló a liderar os Bunnyranch que são rock, honesto, em estado puro e duro. Formados em 2001, já lançaram um EP e um longa duração, já percorreram o país de lés a lés e já pisaram palcos da Holanda e de Espanha. O melhor rock n’ roll da praça feito pela malta da praça tem um nome.

DOMINGO, 8 DE MAIO
Caminhos do Cinema Português (23h)
Selecção de Curtas metragens de animação pelos Caminhos do Cinema Português.
Nuno Prata (24h)
Nuno Prata (ex-Ornatos Violeta) na guitarra acústica e Nicolas Tricot (membro dos Red Wing Mosquito Stings) que se senta numa bateria apetrechada com uma série de objectos estranhos à configuração habitual do instrumento, incluindo aquilo que parecia ser o tubo de um exaustor e uma enorme placa de metal. Junto ao bombo, uma pedra oval colocada em cima de uma almofada azul. Ambas encostadas, em parte, ao bombo produziam um efeito que os mais desatentos desconhecem. Ritmos de bossa-nova e jogos de palavras em modo Sérgio Godinho, Nuno Prata, aqui, num cantar falado, deixa sair um sem número de verbos, em catadupa, interrompidos apenas por um assobio típico de quem vai na rua, despreocupado. As semelhanças com as canções dos Ornatos Violeta são, por vezes, evidentes: mesmo no tom de voz, num registo normal, Nuno Prata parece idêntico a Manuel Cruz. A guitarra saltitante do ex-Ornatos, em conjunto com o trabalho fantástico de Nicolas Tricot na bateria, que oscila entre a delicadeza de uma bossa nova e a brutalidade de uma explosão menos contida, resulta em canções leves e simples que facilmente entram no ouvido mais difícil. Nicolas Tricot ainda dá uso a um xilofone eficazmente colocado junto da bateria ou a um kazoo para, em jeito de romaria popular, animar ainda mais as hostes. A maquete foi considerada pelos ouvintes do programa “Santos da Casa”, da Rádio Universidade de Coimbra, como a melhor do ano. O concerto vai, decerto, surpreender todos aqueles que o quiserem apanhar.
Supernada (01h)
"Depois de alguns anos de carência, os fãs de Manuel Cruz voltaram a ter com que se entreter. Os Pluto, que além do vocalista e letrista foram buscar aos Ornatos Violeta a guitarra com “G” grande de Peixe, estrearam-se com um disco que não só convence e vicia, como se supera ao vivo. Colaborações com Da Weasel e Manuel Paulo esticaram, também em 2004, as coordenadas pop-rock de Manuel Cruz, mergulhando-o devagar em ambientes hip-hop e jazzy. Em 2005, é a vez dos Supernada, quinteto onde alinham vários membros dos Mesa e Insert Coin, se darem a conhecer. Diz o press release que a banda existe desde 2002 e não tem qualquer disco nem maqueta gravada «por opção própria». As primeiras aparições já fizeram estragos. Outra coisa também não seria de esperar com elementos tão conceituados. Resta saber quando é que os Supernada acontecem em disco. Porque ao vivo, e logo aos primeiros concerto, já são muita coisa."

SEGUNDA, 9 DE MAIO
Caminhos do Cinema Português (23h)
Selecção de Curtas metragens de animação pelos Caminhos do Cinema Português.
Boitezuleika (24h)
Vencedores do concurso "Quinta dos Portugueses", os Boitezuleika, são uma das mais recentes aparições do grande Porto, que sente e canta as vivências pessoais, os amores e as traições, os encontros e desilusões de uma forma que já no passado teve na cidade nomes que depois se tornaram grandes quando as suas carreiras evoluíram e os seus discos tiveram por parte do público o devido reconhecimento. Dessa forma ambiciosa, os Boitezuleika sabem que o desafio é grande e que para as canções que pretendem dar a conhecer possam vir mais tarde a fazer parte de uma colheita que só o Douro sabe dar, é preciso amadurecer em casco de carvalho o fruto que o sol adocicou. As castas são das melhores, as raízes são portuguesas, as influências transatlânticas, desde o ritmo quente da bossa-nova e algum africanismo até à velha escola do rock americano. As canções serão sempre a prova que os enólogos apreciarão mais tarde depois do devido tratamento. Estas, que nos apresentam esta noite, são a primeira amostra retirada da adega. Sirvam-se por favor e bom proveito.
Rags Time (01h)
O grupo Rags foi criado no seio da T.A.U.C. (Tuna Académica da Universidade de Coimbra) em 1995, pelo seu director artístico André Granjo. Inicialmente, com uma composição diminuta, ficou conhecido pelas suas interpretações de rags de Scott Joplin. Sempre em constante mudança e adaptando-se em função da disponibilidade de elementos, adquiriu em 1999 a estrutura de uma "Big Band", atingindo a sua actual formação cerca de 30 elementos. Com trompetes, clarinetes, saxofones, trombones, trompas, piano, guitarra, baixo, violoncelo e bateria, tem apresentado nos seus espectáculos, um reportório variado, que vai desde os rags até ao jazz contemporâneo, passando por temas célebres do rock, dos anos 50 e 60.

TERÇA, 10 DE MAIO
Publi Fordoc 2005 (23h)
Motivada pelo sucesso alcançado com os festivais internacionais “PUBLI… FORDOC 2004” e “PUBLI… CIDADE - FIGUEIRA DA FOZ”, a Associação Nacional de Jovens Formadores e Docentes (fordoc) apresenta a segunda edição daquele que se tornou, logo no seu ano de estreia, no maior Festival de Publicidade realizado no nosso país. Com uma selecção que apresenta o “melhor dos melhores”, o “PUBLI… FORDOC 2005” continua a ter por base os melhores anúncios, para televisão e cinema, premiados nas mais importantes mostras internacionais. A exemplo do que aconteceu com a sua primeira edição, o festival pretende reunir numa hora a excelência publicitária de anúncios realizados ou premiados no último ano.
António Olaio & João Taborda (24h)
António Olaio, depois de deixar os Repórter Estrábico, fundou, em 1996, um duo com João Taborda. Á margem de ondas e modas, musicos exímios de horas vagas, Olaio dá aulas na faculdade de arquitectura de Coimbra e Taborda é investigador com um curriculo invejável. Depois de “Loudcloud” e “Sit on My Soul”, apresentam aqui o novo trabalho de originais que conta com a produção de Pedro Renato (Belle Chase Hotel) e representa uma tremenda sofisticação na sua sonoridade habitual. Letras desconcertantes e melodias simples servem de base a um espectáculo único.
1-Uik Project (01h)
Uma semana. Numa semana podem-se alinhar directivas suficientes para o resto de uma vida, pode-se guardar uma quantidade de fôlego razoável para mais umas poucas semanas ou, no caso dos 1-Uik Project, para se gravar um disco. Strategies and Survival, o primeiro disco da dupla Kalaf e João Barbosa, foi pensado, concebido e concretizado no espaço de uma semana. E depois de se conseguir criar um disco numa só semana, a tarefa de passar a mensagem contida nesse mesmo disco para um concerto de cerca de uma hora, não parece tarefa complicada. Muito menos quando na frente do palco se encontra alguém como Kalaf, mestre na criação de um ambiente onde se cruzam mensagens, tendo como veiculo a música. Uma mescla de soul, jazz e hip-hop com um baixo, uma bateria e programações que estem a base para a voz de Kalaf que, ora em modo Spoken-word, ora de forma cantada, trata de derramar as tais mensagens de esperança e união sob o signo da tríade Pessoa, Música e Sentimento. Pelo simples facto de terem sido concebidas em apenas uma semana, algumas das canções dos 1-Uik Project parecem realmente resultar de uma liberdade de processos que lhes confere uma espécie de atitude camaleónica: a mistura de sons e a atitude imprevisível extravasam o próprio conteúdo das canções e isso reflecte-se especialmente em concerto.

QUARTA, 11 DE MAIO
Caminhos do Cinema Português (23h)
Selecção de Curtas metragens de animação pelos Caminhos do Cinema Português.
Dead Combo (24h)
Os Dead Combo são Tó Trips nas “guitarras desajeitadas” e Pedro Gonçalves no “contrabaixo tuga e “guitarra desajeitada”, como eles próprios afirmam. Nasceram no início do século XXI (no ano de 2001, mais precisamente) mas só agora lançaram o seu primeiro disco, Vol. I, pela Transformadores. Pelo meio, gravaram um tema para a compilação de homenagem a Carlos Paredes intitulado “Paredes Ambience“ e uma versão de “Temptation”, de Tom Waits para a compilação “3 pistas”, compuseram a banda sonora de Sudwestern - Un Duelo En El Barrio e Guitarra com Gente Lá Dentro de Edgar Pêra, e deram um número considerável de concertos. Os Dead Combo pegam na essência do fado e cobrem-no com pó vindo do Western, e, nas palavras dos próprios, “tocam Lisboa, a cidade do campo, das chaminés e das cúpulas brancas, cenários de um passado perdido, o fado, o Western vadio, tudo junto num voodoo de emoções, clichés e histórias entre o Tejo, as estradas do sul, os amantes desencontrados, anjos abandonados nas encruzilhadas do destino, vozes de mulheres, flores com cores trocadas, santos, câmaras ardentes, guitarras despidas, cuspidas e deitadas à rua, contrabaixos em fogo, cartolas, galinhas à solta e coisas que rolam na rua”. E é assim que se faz o estranho mundo dos Dead Combo.
Danae (01h)
Danae, esta coisa africana, com uma voz de arrepiar e irrequietamente mestiça, plena de calor e sensualidade, na voz de “menina-mulher”. “Bossa-novas e sinfonias em becos escuros, vadiagem em cinemascópio, música negra em valsejares de muzette, era assim que o rumor se completava e era inevitável imaginar Françoise Hardy a cantar mornas, com uma orquestra de violinos por trás”, escreve o Público. A cantora prepara-se para lançar o seu primeiro disco, talvez em Junho. Um álbum com canções em crioulo e português, às vezes com sotaque brasileiro. Segundo Bonifácio, “a música vai da morna com arranjos roubados a John Barry ao reggae com arranjos roubados a John Barry e bastas vezes esquece John Barry e atira-se a coisas que vão do yéyé à canção francesa mais provocante”. Quem é Danae Estrela? Filha de um cabo-verdiano e uma cubana, nasceu em Cuba há 25 anos e, há sete anos, optou por sair de Cabo Verde para estudar em Coimbra. Hoje reside em Alfama. O bichinho da música “apanhou-a” numa festa e agora quem escuta sua voz, queda-se deliciado.

QUINTA, 12 DE MAIO
Factor Activo (23h)
Existem há cerca de dez anos mas só em 2005 lançaram o primeiro disco de originais, “Em Directo do fim do Mundo”. Desde o hip hop old skool ao acid jazz, desenvolvem uma sonoridade que cruza fronteiras e não deixa ninguém indiferente.
Fuse (24h)
MC de eleição no panorama nacional, Fuse desde cedo começou a dar nas vistas juntamente com D-Mars nos Dealema, ultimamente tem dado passos firmes na sua carreira a solo tendo há pouco tempo lançado uma banda sonora original para um filme de terror imaginário.
Bulllet (01h)
Música sofisticada para ouvidos desprendidos. Bandas sonoras para agentes secretos em missões de alto risco. Armando Teixeira (Balla e ex-mentor dos Da Weasel, Bizarra Locomotiva, Boris Ex Machina e Ik Mux) é um dos mais criativos músicos e produtores nacionais e, com a qualidade crescente a que nos foi habituando, desenvolveu um projecto que tem recebido rasgados elogios de toda a crítica especializada. Cruzando as influências das antigas bandas sonoras e das novas tendências da música de dança e com três trabalhos lançados, Armando Teixeira recruta Nell’Assassin, Kalaf, Lili e Jorge Gonçalves para nos trazer um dos melhores espectáculos conceptuais a que Portugal pode assistir.

SEXTA, DIA 13 DE MAIO
Teatro Peripécia «Ibéria, a louca história de uma península» (23h)
Sediado em Macedo de Cavaleiros, o Peripécia Teatro desenvolve nesta peça cumplicidades entre dois actores espanhóis e um português a proporcionarem um grande momento de puro entretenimento enquanto contam uma história com vários séculos. E se essa história for a louca história de uma península, nada melhor do que cruzar as referências de Portugal e Espanha com muito, muito humor. Uma grande batalha em que o absurdo, a ironia e o humor lutam com lendas, factos históricos e episódios inverosímeis. Tudo isto com um mínimo de recursos técnicos e apostando na qualidade e rigor da interpretação, que valoriza de forma especial a potencialidade física dos actores, aliada à utilização de alguns objectos. Começando pela Batalha do Salado e acabando no “Milagre”, não fosse a peça ser exibida a 13 de Maio, três actores contam de uma forma tão original quanto humorística episódios da Inês de Castro, Viriato e Numancia, Aljubarrota, Descobrimentos e tratado de Tordesilhas, não podendo fugir à Dinastia Filipina. Eles são os pães da padeira, eles são os ratos da Índia em fuga do gato Adamastor, eles são Camões contra Cervantes, eles são a prova provada que desfaz em cinzas o ditado “De Espanha nem bons ventos nem bons casamentos”. Criação Colectiva: Noelia Domínguez, Sérgio Agostinho, Ángel Frágua; Iluminação: Paulo Neto e Luís Viegas; Figurinos e Adereços: José Rosa; Fotografia: Carlos Teles; Desenho Gráfico: Zé Tavares; Direcção: José Carlos Garcia; Duração: 75 min.
Juan Santos y Sus Muchachos (23h45)
Eles foram concebidos ao som das melhores baladas românticas, de Burt Bacharach a Shegundo Galarza, cresceram a idolatrar Neno, o futebolista cantor. Descobriram fatos, gravatas, papilons e óculos no enxoval dos tios. Fazem casamentos e baptizados e partem corações. Tranquem as vossas filhas em casa e vistam o palitó de gala. Eles são Juan Santos y Sus Muchachos.
Joane & o Amendoim Saltitante (24h)
Há uns bons anos que não davam sinais de vida. Projecto mítico da Coimbra dos anos 90, os Joane ficaram celebrizados ao som de temas como “Orgãos Genitais”, “Selvagem” ou “Trincando Amendoins”. Muitos afirmaram que só não se fizeram maiores que os Ena Pá 2000, porque eram de Coimbra. Nos liceus tocavam-se à viola os seus temas como se de autênticos hinos se tratasse. O “maestro” David e Carlos Ramos regressam para mostrar que as boas músicas são eternas e que os hinos de outrora também podem ser hinos de hoje.
Tu Metes Nojo (01h)
Depois de vários anos arredada dos palcos uma das mais “sui generis” bandas de Coimbra volta para dar o derradeiro concerto e encerrar de vez as suas actividades que começaram há dez anos. Já foram afastados de um palco por diversas vezes, já gritaram pelo União de Coimbra enquanto entoavam “Arregaça a saia” numa festa da Mancha Negra. Muito mais do que um concerto, os TMN são uma experiência irrepetível.