tempos e mudança... espreitadela ao juramento

Os cd's originais lançados por editoras e o mercado discográfico tal e qual o conhecemos enfrentam um futuro incerto.
A reflexão de vitor junqueira e subsequentes comments no juramento sem bandeira.

Waiting for Waits


"...Tom Waits has been holed up in an old school house in Mississippi, recording a new album, titled Real Gone for Anti. “Because,” according to Waits, “there’s nothing quite like fresh material…all new tunes by Kathleen Brennan and myself to come out this fall.” Real Gone is primal rhythmic blues featuring Waits on vocal mouth percussion, Larry Taylor (veteran of Waits recordings since 1980’s Heartattack & Vine) on bass and guitar, Mark Ribot (first collaboration since their classic pairing for 1985’s Raindogs) on guitar and tres, Brain Manita (Primus, Buckethead and the most recent Guns N’ Roses tour) on drums, Casey X. Waits on percussion and turntables, Les Claypool (Primus) on electric bass and Harry Cody on guitar and banjo. Engineered by Mark Howard (Bob Dylan, Lucinda Williams, Iggy Pop) and produced by Waits/Brennan. “Feelin’ good about it all. Songs about politics, rats, war, hangings, dancing, automobiles, pirates, farms, the carnival and sinning. Mama, liquor, trains and death. In other words, the same ‘ol dirty business!”..."

notícia retirada do site da ANTI

O poder das notas

Hoje, ao folhear o Y (suplemento do "Público") reparei que era criticado o novo disco dos Wray Gunn.

Fiquei estupefacto com a nota de 6 em 10 para um disco que me surpreendeu e me tem merecido os mais rasgados elogios e tendo em conta que não está em causa se o autor da crónica gostou ou não do disco (porque está no seu pleno direito), o que me causou desconforto foi confrontar-me com uma prosa elogiosa quanto baste para desbocar numa nota medíocre.
Creio, muito sinceramente, que o texto de Miguel Francisco Cadete e o disco dos Wray Gunn mereciam outra pontuação (até porque muitas pessoas olham para a pontuação e lêem ou não o artigo consoante a nota atribuída.
"... Coisas complexas e bem trabalhadas, como em geral acontece com a produção do álbum, a cargo de Nélson Carvalho (Blind Zero, Ornatos Violeta, Clã, Maria João & Mário Laginha), com destaque para a gloriosa participação do coro de gospel Be Magnified, mas também pela pertinência das harmónicas, dos órgãos, das guitarras vintage, dos samples e dos scratches. Grande final com outra recuperação, desta vez "All night long", em estilo ZZTop estilizado e adapatado à realidade dos nossos dias. É isto afinal que os Wray Gunn melhor fazem, quais DJs das profundezas da alma. "

Quinteto Tati


Eis que J.P.Simões e Sérgio Costa (elementos dos Belle Chase Hotel) lançam hoje (juntamente com o Diário de Notícias) o seu disco de estreia sob a designação de Quinteto TATI.
Um êxodo delicioso.

Nuno Nico

Nuno Prata (ex-baixista dos Ornatos Violeta) e o francês Nicolas Tricot (ex-baterista dos Red Wings Mosquito Stings) são fenomenais.
ponto final.
paragrafo.
Composições aparentemente simples, letras deliciosamente quotidianas, cumplicidades tão eficazes quanto tímidas num palco íntimo mas cheio de vida e de esperança num projecto que tem tudo para se tornar num fenómeno de culto.
Que os saudosos dos Ornatos Violeta voltem a sorrir porque pelo menos um dos muitos projectos que começam a nascer das suas cinzas tem capacidades para fazer esquecer o "monstro" e o "cão".
O rock nem sequer ultrapasa o pátio de uma casa preenchida com um pop jazzístico com muito swing e travo a bossa nova.
O concerto ontem no auditório do IPJ de Coimbra, englobado no festival Santos da Casa não deixou margem para dúvidas;
Nuno Nico é um nome a fixar.

Cartas na mesa


Cheguei há pouco de ver o Kill Bill Vol. 2. Provavelmente o melhor filme de Tarantino. Esqueçam tudo (ou quase) o que viram no volume 1. Tarantino pegou nas cartas, atirou com o baralho para o lixo, voltou a dar e não avisou que o jogo era ligeiramente diferente.

Kill Bill Vol. 2 é um clássico. Não no sentido em que tem tudo para se tornar um clássico do cinema, daqueles filmes que se vê e revê e copia o estilo e admira a estética. Não é disso que falo, embora também espere que isso aconteça, é mesmo do facto de o filme seguir regras do cinema clássico. As piscadelas de olho a um estilo já quase desaparecido de Hollywood pululam ao longo do filme, a quem o for ver aconselho atenção, para que possam notar esses momentos.



E como um clássico, o filme tem de ter uma história clássica. Uma história de amor. Amor entre amantes. Amor entre pais e filhos. Amor entre irmãos. Amor entre mestre e pupilo. Mas é também uma história sobre o reverso do amor, o ódio. Tarantino balança o filme nesta navalha e consegue não se cortar. As cenas são magistralmente filmadas, mas isso já se sabia. Ahistória tem um ritmo imparável, mas isso é normal em Tarantino. A música está acertada para as cenas - apesar de não funcionar como albúm independente - mas Tarantino sempre se notabilzou por isso. A novidade está nas relações interpessoais, território que Tarantino apenas tinha aflorado em Jackie Brown. Aqui explora-o de forma impressionante, a ponto de se poder dizer que David Carradine é, provavelmente, a mais poderosa "ressurreição" que Tarantino conseguiu.

E mais não digo, que o espaço é exíguo e não quero estragar o filme a ninguém. Vão vê-lo. Pago uma rodada a quem não sair de lá apático. Já agora esperem mesmo pelo fim de todos os créditos do filme (são três séries), vale a pena.

Para quem quiser uma crítica mais longa, cliquem aqui.

JSA

a Visão de Sebastião Salgado


Hoje a revista semanal visão, a propósito da comemoração dos 30 anos do 25 de Abril lança um suplemento com fotos de Sebastião Salgado absolutamente imprescindível.
Um turbilhão de sentimentos à flor da pele transpirados em revelador e fixador para imagens tão fortes como a própria revolução.
Portugal, Angola e Moçambique pelo olhar atento e incisivo de um dos melhores fotógrafos mundiais.

No Tom...



Estava na lista de espera há algum tempo o último "Imprensa Cantada" de Tom Zé.
Hoje pude ouvi-lo com a devida atenção e no meio de exercícios de genialidade, um tema fica no ouvido.

Companheiro Bush - Tom Zé

"Se você já sabe
Quem vendeu
Aquela bomba pro Iraque,
Desembuche:
Eu desconfio que foi o Bush.

Foi o Bush,
Foi o Bush,
Foi o Bush.

Onde haverá um recurso
Para dar um bom repuxo
No companheiro Bush?
Quem arranja um alicate
Que acerte aquela fase
Ou corrija aquele fuso?

Talvez um parafuso
Que tá faltando nele
Melhore aquele abuso
Um chip que desligue
Aquele terremoto,
Aquela coqueluche"

Post It's

concertos.

Prestes a começar mais um festival "Santos da Casa" em Coimbra, onde nomes como Gomo, Loto, Bunny Raunch, Nuno Nico e Ovo prometem aquecer o ambiente, começo também a entusiasmar-me com a ideia de voltar a ver os Clã ao vivo (estão de regresso aos palcos e com temas novos na mala aviada).
Entretanto chegamos ao dia 29 e o irrequieto Gonzales promete espalhar a sua imagem de marca no Lux com um concerto /performance ao piano.
Tal como a economia portuguesa, acho que também me rendo aos espanhóis,
Santiago de Compostela
xacobeo 2004
Jueves, 15 de julio - MASSIVE ATTACK, CHEMICAL BROTHERS, THE DARKNESS, IGGY POP & THE STOOGES

Viernes, 16 de julio - DAVID BOWIE, MUSE, THE CURE



Discos.

O Caetano Veloso podia ter guardado o seu disco de versões mais algum tempo na gaveta, se algumas deixam àgua na boca, outras gritam pela tecla (>>). Logo agora que nos tinha entusiasmado tanto com a versão do Leãozinho a duas vozes com Jane Birkin.
O meu camarada João que me desculpe ser já a seguir ao post dele...mas os sons de Kill Bill 2 que são lançados em CD deixam, quanto a mim, muito a desejar. Incapazes de sobreviver dissociados do filme enquanto objecto de culto (tal como acontece com as restantes bandas sonóras de Tarantino), o criativo realizador abusa do Ennio e escolhe alguns temas demasiado fracos para fazerem o disco sobreviver por si.
Podem estar todos os temas perfeitamente encaixados com as imagens (e é essa a sua função) ... mas de Tarantino esperava mais.
... salvam-se os diálogos, monólogos, o Cash e aquela "japonesada" final antes do hip hop manhoso da bonus track.

Kill Bill Vol. 2



Falei de Tarantino na minha apresentação. Claro que foi motivado por o Kill Bill Vol. 2 estrear esta semana (tanto em Portugal como na Holanda).

Tarantino é dos realizadores que melhor conjuga a música com os seus filmes. A banda sonora de Pulp Fiction foi um sucesso mundial, a de Kill Bill Vol. 1 marca o andamento de todo o filme, cria ambiências e transmite estados de alma.

Ainda não ouvi a banda sonora do segundo volume, mas depois de ouvir a Nancy Sinatra a cantar "My Baby Shot me Down", porque não ouvi-la agora a cantar o "These boots are made for walkin'"? no momento da morte de Bill. Pelo menos é o que todos esperamos.

JSA

Convites

O convite do Hugo deixou-me, sem dúvida, embevecido. Os elogios abaixo ainda mais. Como ele disse, sou cinéfilo assumido, sendo que tenho também um prazer enorme com a música. Para esta colaboração/cumplicidade, tentarei ir pelos caminhos da música no cinema (de Tarantino a Bernard Herrmann, passando por Nino Rotta), ou do cinema na música (Cinematic Orchestra, Goldfrapp).

O Cimbalino agora também passa a ser servido na cafetaria do cinema.

JSA

cumplicidades...

é a primeira de várias.
O cimbalino virou cooperativa (Uma casa com vista para o Marx).
O primeiro cooperante chama-se João Andre, companheiro das lides conimbricenses, cinéfilo assumido e de ouvido bem treinado.
Um olhar bem peculiar e atento de emigrante disfarçado.
Já andava pela blogosfera no SérieB e no à deriva.
O cimbalino vai decerto começar a ganhar um outro rumo... e bem interessante.

Já lá vai mais de uma semana desde o último "post"

Enquanto se prepara, ao longo de todos os minutos livres, uma espécie de "Casa do Campo" como cantaria Elis Regina, a internet parece, momentaneamente, um bem distante e pouco convidativo.
Não se vê televisão, não se lêem jornais, arruma-se o produto (até há bem pouco tempo vulgo entulho) de mais de meia dúzia de anos a crescer em Coimbra.
Escolhem-se discos, livros, jornais, notas soltas e páginas a meio e meias páginas.
Depois de ter começado ao som dos encontros de Jane Birkin, agora ouve-se jazz, clássicos e standards.
muito. muitos.
...e a magnífica caixa do "desterrado" Johnny Cash

Na pele do Urso...

Já tinha corrido todos os cantos e mais alguns à procura de uma edição comercial de um filme português de 1989.
Depois de desistir, procurei aqui e além uma santa alma que o tivesse gravado aquando de uma passagem tardia pela rtp 2.
Tentativas infrutíferas que le arrancavam a esperança de ver o resultado da única estadia (por 3 semanas) de Tom Waits em Portugal.
Na verdade ele é o principal actor neste filme realizado Ana e José Guedes, contracena com Charlotte Coleman, Julia Britton, Damon Lowry e Isabel Ruth.
Por cá é quase impossível mas em Setembro de 2003 eis que os mercados inglês e americano são inundados com dvd's...

E mais... do Reino Unido não chega a custar 6 libras (com portes incluídos) ... aqui

O senhor Bom Gosto


David Byrne actuou ontem no Centro de aertes e Espectáculos da Figueira da Foz e pode mesmo dizer-se que deslumbrou todos os presentes.
Desde um versão de "Ausência" de Cesária Évora às recuperações de alguns clássicos dos Talking Heads e à reinterpretação do dueto que abria a compilação "Red Hot In Lisbon", Byrne mostrou o novo e brilhante "Grown Backwards" e ainda teve tempo para fazer umas breves passagens por "Feelings", "Look Into The Eyeball" e "Rei Momo".
Byrne mostrou, com os exímios musicos que o acompanhavam que, para além de um excelente músico é um verdadeiro gentelman que transpira bom gosto por todo o lado.
Podia até ser o Caetano Veloso dos Estados Unidos (como diz e bem o Blitz na sua crónica de hoje)... mas não. É, pura e simplesmente, o carismático David Byrne.
Últimas notas para o excelente espaço que só ontem conheci e que dá pelo nome de Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.

Sábado


Dia 3 de Abril
Mercado Sant'ana
Leiria
22h

O Vitor Junqueira descreve, de uma forma absolutamente irrepreensível, o que se passou ontem em Lisboa.

mais informações

A magia do cinema


num Blog que promete muitos leitores assíduos.
João Vaz, Jorge Nande e João André tomam conta do "Série B".
Leitura nocturna imprescindível.

We love the robots


Infelizmente hoje não vou assistir a um concerto que promete, no mínimo, ficar para a história.
O Coliseu dos Recreios em Lisboa recebe os mais dignos representantes de um pedaço da história musical contemporânea.
Podem até vir em formato de computador portátil, pode não ter o impacto de outros tempos, mas não deixa de ser uma oportunidade única.
Peço encarecidamente a quem for que deixe comentários.