Gene Musical

Ao longo dos anos vemos que a música negra salta constantemente à frente da branca. Os brancos inventam os instrumentos de sopro para ajudar à música clássica, vêm os negros e criam o jazz para transformar saxofones e trompetes em armas de fogo. Foi criada a guitarra clássica e surge um negro a fazer um pacto com o diabo para a tocar como ninguém. Surge a guitarra eléctrica, inventada por um branco para o jazz, e, nesse mesmo campo, é levado ao sublime pelos mestres do blues. Quando foi transportada para criar o rock, veio um alien negro incendiá-la - literalmente, depois de figuradamente - e a nós.

De instrumentos de percussão não se fala, na verdade nem sequer fomos nós a inventá-los.

A verdade é uma e uma só: Deus pode ter feito o homem à sua imagem e branco, mas o Diabo compensou tudo colocando na Terra os seus arautos: negros como a noite e com os ritmos dos infernos nas mãos.

Nomes para esta história:
Charlie Parker
Louis Armstrong
Dizzie Gillespie
Robert Johnson
John Lee Hooker

e, já agora e porque esteve em Portugal há cerca de duas semanas, T. Model Ford. Vê-lo tocar é acreditar no Inferno, basta ver os seus dedos...

De 9 a 17 de Abril, Coimbra recebe os Caminhos

...do Cinema Português, na sua 12ª edição.

09 Abril - Sábado
17h Centro Cultural D. Dinis
Espetáculo Multimédia “A História do Cinema”
Secção Caminhos do Cinema Europeu
Lichter de Hans-Christian Schmid (2003) – 105'
Dia 10 Abril - Domingo
15h Secção Competitiva - TAGV
Retrato da Velha Enquanto Senhora de Rita Palma – 41'
A Cara que Mereces de Miguel Gomes – 108'
18h Secção Competitiva - TAGV
Fuga de Marie Carré – 15' Ficção
Buenos Aires Zero Hour de José Barahona – 69'
Cosmix de Agostinho Marques – 8'
22h Secção Competitiva - TAGV
Pastoral de José Barahona – 27'
Noite Escura de João Canijo – 94'
Dia 11 Abril – Segunda Feira
10h Secção Formação - TAGV
Sessão Especial Escolas
18h Secção Caminhos do Cinema Europeu - Mini Auditório Salgado Zenha
Berlin is in Germany de Hannes Stör (2001) – 90'
18h Secção Competitiva - TAGV
Cowboys na Antonio Maria Cardoso de João Nogueira – 15'
A Guerra do Iraque de Leonor Areal – 25'
Apneia de Fernando Amaral – 7'23
Tatana de João Ribeiro – 12'
Ficheiros Escondidos de Maria João Ferreira – 10'
A Terra dos Deni de Mário Lopes – 30'
22h Secção Competitiva - TAGV
Da Minha Janela de Pedro Caldas – 9'
O Quinto Império – (...), de Manoel de Oliveira -127'
Dia 12 Abril – Terça Feira
10h Secção Formação - TAGV
Sessão Especial Escolas
18h Secção Caminhos do Cinema Europeu - Mini Auditório Salgado Zenha
Der Felsen de Dominik Graf (2002) – 117'
18h Secção Competitiva - TAGV
Aguenta Rapaz de Manuel Vilarinho – 7'
Sem Respirar de Pedro Brito – 8' Ficção
A Utopia do Padre Himalaia de José António – 51'
Voz do Mar de Luís Margalhau – 17'
22h Secção ContraCorrente - Mini Auditório Salgado Zenha
Programa a anunciar
22h Secção Competitiva - TAGV
Estratagema do Amor de Ricardo Aibéo – 20'
Sem Ela de Anna de Palma – 110'
Dia 13 Abril – Quarta Feira
18h Secção Caminhos do Cinema Europeu - Mini Auditório Salgado Zenha
Anansi de Fritz Baumann (2002) – 80'
18h Secção Competitiva - TAGV
Cidadão Invisível de Paulo Abrantes – 4'30''
Se Podes Olhar, Vê Se Podes Ver, Repara de Rui Simões – 40'
Tamira de Marta Lima - 20'
Death by Water de Paulo da Fonseca – 24'
22h Secção ContraCorrente - Mini Auditório Salgado Zenha
Programa a anunciar
22h Secção Competitiva - TAGV
O Outro Lado do Arco Íris de Gonçalo Galvão Teles – 20'53''
A Costa dos Murmúrios de Margarida Cardoso – 120'
Dia 14 Abril – Quinta Feira
10h Secção Formação - TAGV
Sessão Especial Escolas
18h Secção Caminhos do Cinema Europeu - Mini Auditório Salgado Zenha
Klassenfahrt de Henner Winckler (2002) – 86'
18h Secção Competitiva - TAGV
A Cor Negra de Silvino Fernandes e Paulo Sousa – 5'
A Sal e Sol de Rui Costa – 20'
Marrabentando de Karen Bolwall – 58'
I.S.A.A.C. de João Filipe Silva – 15'
22h Secção ContraCorrente - Mini Auditório Salgado Zenha
Programa a anunciar
22h Secção Competitiva - TAGV
A6 - 13 de Raquel Jacinto Nunes – 20'
O Milagre Segunda Salomé de Mário Barroso – 97'
Dia 15 Abril – Sexta Feira
10h Secção Formação - TAGV
Sessão Especial Escolas
18h Secção Caminhos do Cinema Europeu - Mini Auditório Salgado Zenha
Fickende Fische de Almut Getto (2002) – 103'
18h Secção Competitiva - TAGV
Balas e Bolinhos - O Regresso de Luís Ismael – 108'
22h Secção Competitiva - TAGV
Perto de Pedro Pinho – 24'
Kiss Me de António Cunha Telles - 121'
Dia 16 Abril – Sábado
15h Secção Competitiva - TAGV
A Praça de Luís Alves de Matos – 52'
Eu Descobri Portugal de Armando Coelho – 1'33''
Estrela da Tarde de Madalena Miranda – 25'
As Aventuras de Moli de Ricardo Blanco – 16'
18h Secção Competitiva - TAGV
5 F's de Carlos Alberto Gomes – 31'
Timor Lorosae de Vítor Lopes – 11'49''
Sons Vindos da Terra de Eder Neves – 20'
A Dama da Lapa de Joana Toste – 8'
Carta ao Ópio de Pedro Duarte – 12'45''
Com Uma Sombra na Alma de Fernando Galrito e João Ramos – 10'
22h Secção Competitiva - TAGV
BD de Jacinto Lucas Pires – 13'
Maria e as Outras de José de Sá Caetano – 95'
Dia 17 Abril – Domingo
15h Secção Competitiva - TAGV
A Menina Gorda de Pedro Lino – 2'07''
No Jardim do Mundo de Maya Rosa – 65'
Quem é Ricardo? de José Barahona – 35'
18h Secção Competitiva - TAGV
Os Meus Espelhos de Rui Simões – 33'
Sobre Azul de Marta Pessoa – 42'
22h TAGV
Cerimónia de Encerramento - Projecção Filmes Vencedores

Depois das reticências...


Tinha muitas reticências sobre esta "Ópera do Malandro" que atravessou Portugal em digressão.
Acabei por comprar bilhete para o último sábado (último dia de exibição).
Ao intervalo já tinha dado por bem empregue o preço do ingresso e a viagem a Lisboa.
Com uma grande encenação, os bons actores apresentaram vozes capazes de honrar a grandiosa composição de Chico Buarque.
Para aquele fâ que sempre pensou que ía ficar defraudado com o resultado fiquei com um sorriso enorme e a cantarolar a homenagem ao malandro para o resto do serão.
Sim, um ou outro momento não tiveram o brilhantismo necessário.
Sim, faltou "O malandro" que abre o disco/banda sonora de Chico.
Mas a peça do povo sobre o povo chegou muito bem composta e soube a compensação reconfortante para quem, como eu, ainda não teve oportunidade de ver Chico Buarque ao vivo.
dj café duplo

Festival Santos da Casa 2005

A Rádio Universidade de Coimbra orgulha-se de apresentar, em Abril, a 7ª edição do Festival Santos da Casa. Todos os dias, as 19 horas marcam o início do mais antigo programa de rádio inteiramente dedicado à música portuguesa, o Santos da Casa, na antena dos 107.9FM. Uma hora de viagem pela música portuguesa na companhia de Fausto Silva e Nuno Ávila. A divulgação do que é nacional continua na net, em santosdacasa.blogspot.com. Mais uma vez, na sua 7ª edição, é agora no palco que se vão dar a conhecer ao público as bandas divulgadas: Festival Santos da Casa 2005.



QUA, DIA 6 DE ABRIL, 21h30, Auditório do ISEC (Junto ao Continente)
A NAIFA
Mais informação: http://anaifa.blogspot.com/ e http://www.anaifa.com/
"Com "A Naifa", o fado popular transforma-se em pop rebelde. Esta é a forma com que João Aguardela (ex-Sitiados) e Luís Varatojo (Peste & Sida) desafiam todo o revivalismo do fado. Tudo fica às avessas, com esta nova canção urbana". IN http://attambur.com/

SÁB, DIA 9 DE ABRIL, 21h45, Museu dos Transportes (Junto ao Hotel Íbis)
THE UNPLAYABLE SOFA GUITAR
OLD JERUSALEM

Mais informação: http://www.bor-land.com/ e http://www.sofaguitar.com/
Old Jerusalém é um projecto formado por Francisco Silva, um songwriter que se enquadra na área do "Alternative country / folk". IN http://www.bor-land.com
Música inspirada na folk e na country-music da América do Norte, com sonoridade low-fi, The Unplayable Sofá Guitar situa-se na corrente habitualmente designada por "alternative country". IN http://www.bor-land.com


QUI, DIA 14 DE ABRIL, 21h45, Museu dos Transportes (Junto ao Hotel Íbis)
VICIOUS FIVE
d3ö
Mais informação: http://www.thevicious5.com/ e http://www.d3o.net/
"Grata surpresa esta banda Portuguesa. Rock dissonante de primeira, post-hardcore doentio, uma mistura fantástica de Blood Brothers, At The Drive-In e Fugazi, tudo com sua devida proporção." IN http://www.zonapunk.com.br
Os d3ö propõem-se fazer um rock sincero , espontâneo e sem preconceitos, onde a diversão é proporcional à prestação sonora em energia contagiante. IN http://www.d3o.net/


SÁB, DIA 16 DE ABRIL, 21h45, Museu dos Transportes (Junto ao Hotel Íbis)
dAnCE DAMage
Secrecy
Mais informação: http://dancedamage.tripod.com/ e http://www.secrecy.web.pt
"Os dAnCE DAMage formaram-se em Novembro de 2003 e são originários de Santo Tirso. A sonoridade partiu espontaneamente da estafada linguagem do rock'n'roll, corrompida por laivos ruidosos, dançável mas neurótica, impulsiva e estúpida. Inspirada pelas margens da pop, sempre que ela parecia moribunda, dos Can aos Liquid Liquid, Boredoms, Sonic Youth, PIL, Einstürzende Neubauten, The Fall, Daft Punk, Cabaret Voltaire, Neu, Captain Beefheart, Père Ubu, A Certain Ratio" IN http://outfest.no.sapo.pt/dancedamage.htm
"Os Secrecy são a par dos Aenima e dos Phantom Vision, uma banda que nos faz crer que o movimento gótico português está vivo. Se os Aenima nos apresentam um som com umas leves pitadas de metal, se os Phantom Vision cruzam caminhos mais electrónicos, os Secrecy são uma banda que desde o início sempre teve como ponto de referência o gothic-rock." IN http://santosdacasa.blogspot.com


MAIS INFORMAÇÃO SOBRE O FESTIVAL
santosdacasa@ruc.pt - http://santosdacasa.blogspot.com

O regresso aos palcos


Há uns bons anos o Teatro Académico de Gil Vicente encheu-se e rendeu-se a uma banda que ainda nem sequer tinha gravado um disco.
Na bagagem traziam uma maqueta com quatro temas e 10 elementos em palco para interpretar muitos mais.
Jazz Bossa Cabaret com reminiscências de Waits a Jobim e arranjos inspirados em muita criatividade e audições em massa de Squirrel Nut Zippers e Combustible Edison.
Foram uma das melhores bandas que Portugal conheceu ao longo dos últimos anos e deixaram dois discos absolutamente sublimes.
Vão voltar.

"Com dois discos editados e variadíssimas colaborações em compilações temáticas, de onde se destaca a magnífica versão da música "Verdes Anos", de CarlosParedes, os BELLE CHASE HOTEL comemoram, em 2005, os 10 anos da sua existência. Ao longo da última década esta banda de Coimbra fez inúmeros espectáculos aovivo, em Portugal e Macau, deixando uma marca de qualidade e humor em todos os seus concertos, provocando uma onda de admiradores de variadíssimas idades.
Para assinalar a passagem desta data e em vésperas de iniciarem as gravações de um novo disco, os BELLE CHASE HOTEL retomam os espectáculos para uma tour comemorativa deste décimo aniversário. O espectáculo de arranque é já no próximo dia 29 de Março, dia em que os BELLE CHASE HOTEL actuarão, pelas 22.30h no Casino da Figueira da Foz."

Bem regressados sejam.

Anos 90 III- A doninha dava-lhe com a Alma (e de que maneira!)

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Um ano depois de "More than 30 motherfxxxers", os Da Weasel voltavam com alma, muita alma! Confesso que antes de ouvir este disco não ligava muito ao hip hop, não me dizia muito, eu era mais "punk-rocknroll-psychohardcore". Mas porra, que gana! Que energia, que frescura, que melodia! E aquelas letras!? Sem truques Pacman e Yen Sun (a vocalista da primeira fase dos Da Weasel) cantavam canções directas inteligentes, subversivas e pedagógicas. Está lá o que é importante: a toxicodependência, em "Ressaca", a hipocrisia religiosa em "o meu Deus", a educação em "Educação é Liberdade" e, claro, os hinos:"Adivinha quem voltou", "Dou-lhe com a Alma" e a nova versão de "God Bless Johnny" - os dois últimos temas são ainda os meus favoritos. A transição do primeiro EP para o longa duração marcou também o início da transformação para um som mais orgânico a adopção do português como língua veicular da mensagem da doninha.
Na altura os Da Weasel eram apenas uma malta porreira, "cool", boa onda da Margem Esquerda. Uns anos mais tarde vieram a ser uma das mais reconhecidas e apreciadas bandas portuguesas. Dez anos depois, ontem como hoje a doninha ainda lhe dá-lhe com alma!

"Diabólico já pareço um alcoólico
Tenho mais fé que quelaquer católico
No som que todos os dias faço
Não ando aqui a marcar passo"

É assim mesmo!!!

P.S. Não me esqueço do primeiro concerto que vi deles. Foi no Outono de 1996, numa Latada, num Pavilhão Universitário de Coimbra com umas mil pessoas, num ambiente bem perfumado. Um ano mais tarde, eles voltavam para fazer a primeira parte dos Violent Femmes, perante mais de 10 mil pessoas que aguardavam a banda de Gordon Gano. Depois, já se sabe..


Da Weasel, "Dou-lhe com a Alma", 1995

DJ Garoto

Curtas

Concertos

1 de Abril - d3o em Leiria, no Orfeão Velho.

Em tempos "Wild Boys", os Duran Duram que voltam a estar na "moda" pisam o palco do Coliseu de Lisboa a 24 de Maio

29 de Maio - Casa da Música, Porto
30 de Maio - Casa das Artes de Famalicão
31 de Maio - Aula Magna, Lisboa
São as três datas de Antony and the Johnsons para Portugal.

Os Franz Ferdinand regressam, agora ao Freeport de Alcochete, no dia 25 de Agosto

Lançamentos

O Best Of dos Cool Hipnoise "Groove Junkies 1995-2005" com alguns dos melhores momentos, o single inédito "Brother Joe" e a versão de "Come As You Are", dos Nirvana estreada nuns prémios Blitz que muito deu que falar. Os primeiros terão direito ainda a um segundo disco com remisturas, versões, inéditos e out-takes.

"Guero" de Beck é lançado a 21 de Março e, a partir das 22h, a MTV Portugal vai transmitir um concerto de apresentação.

23 de Maio é a data de lançamento do novo "Demon Days" para os Gorillaz

Com o Blitz da próxima terça feira, dia 22 de Março é lançado "Angel of Ashes -­ A Tribute To Scott Walker" com participações de Plaza, Xana, Flak, JP Simões, Jorge Palma e Raindogs, entre outros.

com a excepção da primeira nota, as restantes têm desenvolvimentos aqui

O "Fade In" vai ao Porto


Dia 22 de Maio
Hard Club
primeira aparição em Portugal
perder é imperdoável.

Histórias de Concertos


O meu primeiro concerto foi no glorioso ano de 1990 (se não me falha a memória), no Pavilhão Gimnodesportivo de Leiria. Grupo? GNR, na digressão depois do albúm GNR in Vivo. Pontificavam músicas como Bellevue, Dama ou Tigre - a minha favorita à altura - a versão do Runaway de Del Shannon ou o Morte ao Sol - espera, esta é que era a minha favorita. Ou seria a...? Bom, já não sei, não interessa.

Certamente que já tinha visto concertos antes, mas este tinha uma aura especial. Não era um concerto na Festa do Avante, não era levado pelos meus pais, tios, padrinhos ou afins. Era o primeiro concerto a que eu ia por vontade própria, pagando o bilhete com as minhas economias da semanada e de uma banda que eu ouvia frequentemente e com prazer - naquela velhinha K7 Fuji Ferro que encaixava na caixa ao contrário e que a fazia parecer mais pequena... foi tocada tanta vez que a fita se partiu e tive que a andar a colar com fita cola com a destreza de um cirurgião.

A ida foi combinada com mais uns quantos colegas de turma. À hora marcada lá estávamos todos. Não sei como foi possível, no meio daquela confusão, que nos tivéssemos encontrado. As condições acústicas seriam certamente do pior que se pode imaginar - naquela altura, desde que se percebesse o vocalista já estava bem contente - e o pavilhão em pouco tempo ficou mais quente que uma fornalha. Mas não fazia diferença. O pessoal estava todo lá, o concerto ia começar, uns tipos estavam a enrolar uns charros em frente ao polícias à paisana de quarenta e picos anos de idade que tinham cara de querer estar em qualquer lado menos ali - o famoso ar de quem anda à procura da filha... - e as miúdas davam ar de se querer oferecer ao primeiro que tivesse umas variações de oitavas semelhantes à do Rui Reininho.

Pela primeira vez senti a liberdade de um concerto. Não me perguntem se foi bom, não faço a mínima ideia e não me lembro sequer que músicas tocaram melhor ou pior. Lembro-me de andarem aos saltos e de nós saltarmos com eles. Lembro-me que foi a melhor noite da minha vida até então. A música não foi a razão, apenas o pretexto. Depois disso foi uma questão de aprender a escolher bem aquilo que via e ouvia, mas isso são outras histórias.

PS - agora nem me lembro bem se foi este o primeiro concerto ou o do Rui Veloso, na sequência do Mingos e os Samurais, concerto em que parecia que ninguém sabia que não se canta o último "Uhúúú" no refrão do Chico Fininho...

D.mo'Lition Jay

Eu prefiro esta


Alto e pára o baile ó Café Duplo. Então mas que é esta porra?!?

Tá certo, a Françoiz Breut é melhor que a Carla Bruni mas há limites. A Carla Bruni até pode ser algo comercialóide e a puxar ao sentimento, mas as músicas são simples e bonitas, além de ter letras a brincar deliciosamente com os sons. Além disso, comparar esta carinha com a outra, ao mesmo tempo que insinua um "tu es le corps... hmmm" deixa a mente a bailar de formas que a Breut não consegue.

Eh pá, tu até podes ser um adepto da música matinal, mas aquele música para a noite, para nos deixar com a disposição ideal para arrastar a menina para a cama, nisso a Bruni dá cartas... (até se não arrastarmos a menina para a cama...).

Revê lá as tuas prioridades pá!

D.mo'Lition Jay

A francesinha


Ilustre dsconhecida no seu país natal, podemos desde já afiançar que Françoiz Breut está para a música como Juliette Bonoche está para o cinema.
O seu ar frágil e angelical mas, ao mesmo tempo, sincero e vivido destoa daqueles produtos mercantilistas que a França tanto vai promovendo e cujo exemplo máximo se encontra numa Carla Bruni. A tal que, quando Carlos Vaz Marques lhe perguntava no "Pessoal e transmissível" o que cantava no duche, lhe respondeu que uma menina como ela não tomava duche.
"Une saison volée" marca o seu regresso em pleno 2005 e cerca de cinco anos depois de "Vingt a trente mille jours".
Os mais atentos talvez tenham descoberto esta menina que canta como quem suspira ao fim do último dia de férias pela versão de "Si Tu Disais" que os Calexico fizeram numa edição do seu último "Feast of Wire".
Nesta etapa é certo que se dispensava "Over all", o seu primeiro tema cantado em inglês mas registam-se grandes momentos de uma magia incontornável cozinhada a meias, como não podia deixar de ser, com o seu marido Dominique Ané.
Pode não ser uma nova Françoise Hardy mas deslumbra-me.

O fim da era Beta


Já anunciaram o fim oficial da banda e o seu último concerto há cerca de seis meses mas sempre me quis convencer que era sol de pouca dura.
Parece que uma das mais criativas bandas da pop britânica se ficou mesmo por aqui.
Os "novos Beach Boys" lançaram três ep's soberbos (depois compilados num longa duração) e os albuns "Beta Band", "Hot Shots II" e o menos conseguido "Heroes to Zeroes".
Acabei por perder a "aparição" no Festival Sudoeste e hei-de penitenciar-me até ao resto dos meus dias por nunca os ter visto ao vivo.

Boas más músicas

Todos temos o tipo de música que preferimos. Depois há a definição do que consideramos música boa e música má. Louis Armstrong dizia isso mesmo, que apenas existia música boa e má, era essa a sua resposta quando alguém lhe pedia que definisse o tipo de música que tocava. Temos ainda a música de culto, assim como há cinema de culto: aquela música estranha que ninguém consegue apreciar mas que tem qualquer coisa que é nova; ou a música que sendo mesmo muito má, se torna de culto popular.

Numa categoria aparte está a música má, aquela música que níos sabemos não ter grande qualidade, que não passa de uma repetição de meia dúzia de acordes que já ouvimos em milhares de outras músicas mas que se torna, por qualquer razão, numa música que não conseguimos tirar do ouvido. Certamente que todos as temos, aquelas músicas que, no círculo de amigos que partilham o mesmo gosto por Moloko, se arrepiariam se soubessem que gostávamos daquele segundo single do terceiro albúm da Cristina Aguillera. Até causa vergonha.

No meu caso não entro na Cristina Aguillera. Fujo dela como o diabo da cruz. Mas outras há. Deixo aqui algumas músicas que considero más mas que, por um motivo ou por outro, gosto de ouvir.

Goodnight Moon - Shivaree
Torn - Natalie Imbruglia
Girl - Anouk (esta irrita-me profundamente, mas cada vez que a ouço ponho-me a trautear)
Feel - Robbie Williams
Spending my Time - Roxette
What's Up? - 4 Non Blondes (se bem que já me cansei um pouco)
Runaway Train - Soul Asylum

Confessem também vocês, toca a sair do armário, seus secretos admiradores de Britney Spears.

D.mo'Lition Jay

E depois da "Cidade de Deus"?


Na próxima quarta feira, dia 16 de Março, a partir das 15 horas, Luis Carlos Nascimento, Renato de Souza e Diego Baptista vão mostrar no antigo Orfeão de Leiria os seus novos trabalhos e falar sobre a Associação “Nós pelo Cinema”, que desde há três anos promove a inclusão social dos jovens das favelas através do cinema e tecnologia.
Depois do sucesso do filme “Cidade de Deus”, estes jovens actores decidiram fundar uma associação e orgulham-se agora de apresentar em primeira mão na Europa, através de uma visita promocional ao Reino Unido e a Portugal o filme “Quase Dois Irmãos” e a curta metragem “Vida Nova Com Favela”

“Quase Dois Irmãos”
Filme sobre a relação entre a classe média e a favela carioca, mostrada através de quase dois irmãos – Miguel e Jorge – nos anos 50, 70 e hoje. O encontro entre esses dois mundos é parte importante da história da violência que o Brasil enfrenta hoje. “Quase Dois Irmãos” mostra como essa relação se desenvolveu. Entre o conflito e a aprendizagem nasceu o Comando Vermelho, que mais tarde passou a dominar o tráfico de drogas.
Realização de Lúcia Murat e Guião de Paulo Lins (Cidade de Deus) conta ainda com a primeira participação de sempre do cantor Luiz Melodia no cinema, enquanto actor.
Prémios:
Melhor realizador e Melhor actor (Flávio Bauraqui): Festival do Rio de Janeiro (2004)
Melhor Banda Sonora e Melhor Edição: Festival de Havana (2004)

“Vida Nova Com Favela”
Documentário que resume a questão do negro na favela através da história da formação política, social e cultural das favelas, desde a abolição da escravatura até aos dias de hoje.
Realização de Luís Carlos Nascimento.
Antes do dia 16, a digressão começa em Coimbra, no Auditório da Faculdade de Economia, na noite de dia 14 e na tarde de 15, com as intervenções extra de Boaventura Sousa Santos e Pedro Hespanha para depois rumar a Lisboa, onde, na noite de 17 no Santiago Alquimista se prometem filmes, debate e algumas sonoridades escolhidas pelo rapaz da tasca.
dj café duplo

Tinha mesmo saudades de ouvir Stone Roses...


Vai um Pepsi Challenge?

O Primeiro de Março

Tudo começou no dia 1 de Março de 1986... Assim:


Tantos dias, noites, madrugadas, horas vividas com prazer, com os melhores amigos que por lá fiz, onde aprendi tanto, onde me construi como homem, ao longo de 9 anos. Agora e Sempre, Sempre RUC. "Once a RUC always a RUC". Muitos parabéns à melhor Rádio do mundo!
Este dia é dedicado a todos: sócios activos, antigos, colaboradores, amigos, simpatizantes, antipatizantes, ouvintes..

DJ Garoto

O Dia R

No dia 1 de Março a Universidade de Coimbra faz anos e a sua Rádio também.
A RUC sopra as velas em plena idade adulta.

Foi por lá que cresci e que passei alguns dos melhores momentos que vou guardando.
Horas e horas de emissão em autêntico serviço público onde os amigos da melhor casta envelheceram na melhor casca.
Compreendi a expressão de Fernando Alves "Morria por ti amada rádio" e, por isso mesmo, só me resta prestar a homenagem desejando muitos e bons anos.
E agradecer.

dj Café Duplo