Sábado estive perto do sonho.
Reverend Vince Andreson na sua magnífica aparição pelo Teatro Académico de Gil Vicente , em Coimbra, levou o Festival Internacional de Blues a um ponto altíssimo.
Nunca na vida tive oportunidade de assistir in loco a um concerto de Tom Waits e, visto que já nunca vou poder assistir a um de Serge Gainsbourg, a miragem de ver Waits ao vivo é razão para sonhar alto ... atrevo-me a dizer ... várias vezes ao dia.
a voz, o piano, a forma de estender a mão direita e mexer os dedos enquanto a esquerda repenica o piano ao sabor da históri meia improvisada, aqui e ali interrompida pelo público com uma boca que merece pronta resposta.
as baladas ao piano, o desajeitar a cabeça, contorcendo-a e fechando os olhos.
O timbre...
Apesar da sua singularidade no que toca às letras (segundo rezam as crónicas esteve mesmo prestes a tornar-se reverendo e decidiu começar a pregar nos bares enqunto fazia concertos), Reverend Vince Andreson esteve tão perto da caricatura de waits e, ao mesmo tempo, com tamanha peculiaridade numa actuação/celebração/culto que me deixou sem quaisquer palavras.
rendido.
pura e simplesmente.