Há muitos anos lembro-me de ter escrito um conto que deve ter parado em algum caixote do lixo no meio dos pseudo-proto-poemas de adolescente que acreditava que só o sofrimento era o caminho para alcançar o bem maior.
Nesse conto, um miúdo que vivia um bocado arredado das brincadeiras do seus pares da aldeia refugiava-se a falar com o velho Ti Toino (também ele distante dos seus concidadãos e muitas vezes mesmo desprezado).
Ouvia histórias de uma vida gasta pelos quatro cantos do mundo, cresceu com o brilho dos olhos do Ti Toino, parece que cada vez que se sentava junto a ele entrava numa pequena núvem ou num tapete voador..sobrevoava a história e a descrição das terras com um leve sopro do velho amigo e amigo velho.
Um certo dia a nortada não perdoou e o nosso jovem "encantado" acordou para a vida (tal e qual ela é) e caíu desamparado da sua núvem.
Lá em baixo a vida custa e custa tanto falar sobre o que se passa lá em baixo.